dos dias assim

por mais que me depare e seja obrigada a conviver profissionalmente com pessoas sem caráter, fico sempre surpreendida com a maldade que algumas delas conseguem demonstrar. 
numa semana difícil [em que vou reter apenas o que foi bom, porque é a esses momentos que preciso de me agarrar], acabo por me tornar mais sensível às coisas que me rodeiam. não ajudou, claro, ser a altura do mês mais delicada, com uma enxaqueca que dura há quatro dias. mas entendo que, dando o devido desconto a toda esta sensibilidade, há valores que não dependem de humores e que, por uma questão de educação e respeito ao próximo, deveriam ser comuns a todos nós. infelizmente não são. 
gostava - há dias em que gostava mesmo muito - de poder apagar essas pessoas da minha vida. tento reduzir ao mínimo o contacto, mas profissionalmente nem sempre é possível. gostava ainda mais de ter a capacidade de as ignorar, de não ferver por dentro cada vez que vejo a injustiça, a incompetência e falta de vergonha à minha frente. gostava de ser mais tolerante, de não me incomodar com o que não me diz respeito. gostava, mas não consigo. e sei que ao fim do dia sou eu, que não tenho essas capacidades [mas tenho a secreta esperança de que possam ser trabalhadas], que me enervo e sinto a cabeça às voltas.
hoje é um dia menos bom, que encerra uma semana que começou tão bem [aqui], mas, sem que eu pudesse prever, se encheu de maus momentos. alguns ficam nos limites do portão ao sair do trabalho. outros permanecem como fantasmas que é preciso expiar. um dia de cada vez.


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