da sintonia

a Sofia, de quem eu tanto gosto, falava hoje em afinidades. o que ela não sabia é eu tinha este texto na ponta dos dedos para publicar assim que tivesse sossego suficiente para conseguir articular tudo o queria escrever. e tinha que ser hoje, porque as coisas devem ser escritas quando estão à flor da pele, mais autênticas, mais coração, mais nós. 
a Sofia também não podia saber que este texto seria sobre uma coisa que ela escreveu: 


andei aqui no fim de semana com um pensamento que não me largou. tinha tudo a ver com isto de termos à nossa volta meia dúzia de pessoas que nos fazem mal, que gostaríamos de manter longe, mas infelizmente não podemos. a Sofia atribui-lhes o adjetivo perfeito: pessoas tóxicas. no fundo, aquilo que por vezes me atormenta não são elas: é o efeito que eu permito que tenham em mim. por várias razões que nem sempre consigo identificar, incomodam-me mais do que eu gostaria e é isso que por vezes me irrita. não são elas, mas a importância que lhes dou e que acaba por determinar o meu humor e o não conseguir olhar melhor para o que de mais positivo tenho em meu redor.
este desligar o complicómetro é um processo difícil que requer aprendizagem, treino e muita destreza de espírito, porque obviamente não vivemos isolados. por muito que não queiramos ver/ouvir/sentir alguma coisa, não é possível simplesmente fecharmo-nos na nossa bolha e ignorar o resto do mundo.
é um processo que, claro, a idade ajuda a moldar. mas, independentemente dela, há uma coisa tão mais importante que temos que procurar dentro de nós para lá chegar: força de vontade. é esse querer [muito] e agir que nos faz evoluir de estado, que nos traz serenidade, contemplação. 
é no momento em que nos apercebemos que a nossa tranquilidade e paz de espírito são um bem essencial, que alguma coisa se altera e decidimos fazer algo por nós. é difícil, como todos os caminhos que queremos trilhar. mas é possível, com boas doses de paciência e perseverança. 


[este texto foi escrito ao som deste disco, que descobri hoje e me ajudou a isolar do mundo por um par de horas]

Comentários

Teresa disse…
que lindo o teu texto Joana, concordo contigo... é um processo de evolução, de crescimento, de maturidade, e claro de muita força de vontade.
.mimikadesign. disse…
Concordo plenamente com tudo o que está escrito!
Enjoy the Ride disse…
então vamos a isso! :)