The Monuments Men

o filme até podia não ser fascinante, mas com um elenco tão bom e um tema coincidentemente tão atual, dificilmente poderia desiludir. já li algumas críticas muito pouco simpáticas à realização de George Clooney, mas, mais uma vez sublinho, se a função primordial do cinema é entreter, parece ter cumprido o seu objetivo quando falamos de uma sala cheia, dos 8 aos 80, e em silêncio absoluto durante todo o filme.
não é um filme brilhante, os momentos de tensão não são suficientemente fortes ou perturbadores para um filme que, apesar de tudo, trata de um tema tão delicado quanto a II Guerra Mundial. 
quanto a mim, bem mais do que a fotografia, a banda sonora ou o encadeamento certinho dos acontecimentos, este filme tem a capacidade de nos fazer refletir sobre a forma como olhamos e lidamos com a arte, com a cultura de cada país. basta esta citação para se ter uma ideia:

"You can wipe out an entire generation, you can burn their homes to the ground and somehow they'll still find their way back. But if you destroy their history, you destroy their achievements and it's as if they never existed. That's what Hitler wants and that's exactly what we are fighting for".

sobretudo num país como o nosso, que valoriza tão pouco a cultura, acho que este pode ser um bom mote para que reflitamos mais, para que possamos agir melhor, para que defendamos aquilo que faz de nós um povo com identidade, que nos faz evoluir, que nos define. a comparação pode parecer desajustada, mas não será muito diferente aquilo que os nazis fizeram às obras de arte que usurparam aos judeus daquilo que diariamente vemos acontecer à nossa volta, não só à cultura, mas também a ela. a grande diferença é que em Portugal não serve para a valorizar, mas para nos afastar cada vez mais daquilo que deveria ser a nossa essência: pessoas com formação, opinião e poder de decisão e de acção, num país que infelizmente está cada vez mais embrutecido. 
vejam o filme. se não pelo argumento, pelo menos com esta vertente mais pedagógica, mais inquietante que nos faz questionar.


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