desde que me lembro de ser gente que todos os Natais (e aniversários) recebo livros. uma das memórias mais antigas que tenho é de, muito pequenina, ir de mão dada com o meu pai a uma livraria perto da Avenida da República escolher livros, nessa altura só com bonecos porque não sabia ler. os meus pais e a minha avó, com quem passava muito tempo, sempre me incentivaram muito a ler e sempre foi um prazer que nunca abandonei - embora agora o faça bastante menos. todos os anos, faço uma lista exaustiva dos livros que mais quero e envio para a minha mãe e para a minha irmã. como combinámos que este ano seríamos mais comedidos, pedi apenas dois. e, surpreendentemente, pelo primeiro ano na minha vida, não recebi um livro. um! bom, lá de casa, pelo menos. o que não torna a coisa menos grave. para salvar a honra do convento, recebi este da minha prima. fizemos um jantar de Natal antecipado e ela chegou atrasada porque esteve horas à procura de um livro que fosse a minha cara. :) e acertou em cheio! já li dois ou três Murakamis e delicio-me sempre como se fosse a primeira vez. prova disso é que o li em duas semanas - tempo recorde para mim, em 2018.
 |
| mais aqui |
não vou revelar muito, que a sinopse está ali no link. mas vou dizer-vos que uma das coisas de que mais gosto nos livros do Murakami são as referências musicais: discretas, mas bem identificadas, quase como a banda sonora do momento que está a ser descrito. tiro sempre algumas dicas para mim de sonoridades que não conheço e, só por isso, a esta escrita já valeria a pena. a ação passa-se toda numa noite, centrada sobretudo em duas irmãs, tão diferentes quanto aparentemente distantes. à sua volta, gravitam as restantes personagens e há sempre uma aura de mistério que nos encaminha ao longo dos capítulos. e mais não digo, que não vos quero estragar a leitura. para fechar o ano, foi mesmo uma boa escolha.
Comentários