desde que me lembro, que nunca tive muitos amigos. inconscientemente, sempre preferi ter poucos mas saber com quem podia contar, do que ter um grupo enorme e disperso, sempre pronto para a festa, mas sem grande paciência quando o assunto se tornava mais sério.
provavelmente os dois primeiros anos de faculdade foram a exceção a esta regra: andávamos às dezenas para todo o lado (um simples café era um sarilho para encontrar lugar para todos), fazíamos jantares todas as semanas, íamos sempre à mesma discoteca e divertiamo-nos. ali a meio do segundo ano, acabámos por nos dividir em pequenos grupos, de acordo com as afinidades e interesses de cada um, o que para mim foi natural.
também por isso este filme é maravilhoso: transporta-me para uma realidade (ficcionada, claro) daquilo que nunca tive, um grande e unido grupo de amigos de longa data. o resto... bom, o resto é que nos toca: os corações mais ou menos danificados, as vivências entre eles, o que se diz, mas sobretudo o que fica por dizer, a forma como se relacionam, como se aproximam, as ligações mais ou menos escondidas que estabelecem. e isso, na amizade como em tantos outros campos da nossa vida, já todos experienciámos. este é um filme cru, que por isso mesmo nos toca. a mim tocou. sobretudo porque vem acompanhado de uma grande banda sonora, com músicas que vale sempre a pena recordar ou conhecer.
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