coisas a que nunca me vou habituar

por mais vezes que assista a este tipo de considerações, espanta-me sempre a facilidade com que alguém, sem propriedade, fala do trabalho alheio. surpreende-me sobretudo que uma pessoa que, anos depois de ter entrado numa empresa sem nunca ter feito o mínimo esforço para perceber como ela efetivamente funciona, tenha a pretensão de criticar o trabalho dos outros, quando na verdade ela própria não sabe como fazer.
a empresa onde trabalho tem sede em Lisboa e alguns centros regionais. centros esses que, por causa da crise [ou a reboque dela] têm ficado sem muitos elementos, o que significa que o trabalho que anteriormente era distribuído, acaba inevitavelmente por estar a cargo de muito menos pessoas. 
ouvi hoje, de passagem, a uma pessoa com responsabilidades a nível burocrático [mas conhecimento nulo do terreno, já para não falar no horário reduzidíssimo que faz] que, se fosse gestora, essa gente estava toda na rua. este comentário tinha a ver, claro, com o facto de determinados horários não irem ao encontro das suas conveniências e portanto, se não está bem para a pessoa em questão, deve mudar-se!
a ligeireza e falta de pudor com que se fala de um tema tão delicado como o desemprego, ainda por cima referindo-se a colegas da mesma empresa, é uma coisa que, entre outras, me revolta as entranhas. depois de oito anos de trabalho, a falta de caráter de algumas pessoas é algo que ainda [e sempre] me incomoda e enerva. o que quer dizer que, ou aprendo rapidamente a desvalorizar este tipo de coisas ou passo a andar com uma valente dose de xanax's na carteira. 

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