regresso ao passado

quando era miúda, a minha avó paterna vivia connosco a maior parte do tempo, para ajudar os meus pais, já que os horários deles e os da escola não eram compatíveis.
a minha avó vivia em Alcântara, numa casa muito velhinha, que nem casa de banho tinha, onde já o pai dela nascera. lembro-me de lá ir passar os dias, da porta de casa sempre aberta, as vizinhas que passavam e metiam conversa, o prato com bifes e batatas fritas ao almoço [ou do bacalhau guisado, que nunca mais comi igual], o meu garfo especial, a coleção de copos, os programas da manhã na televisão e a casa pequenina, onde todos os barulhos me eram familiares. 
julgo que, talvez pelas saudades, nunca tinha tido coragem para ir à Lx Factory, que fica na rua onde a minha avó morava. hoje foi o dia. um dia de chuva, como aquele em que nos despedimos, com raios de sol a brilhar ocasionalmente. foi estranho e nostálgico passar ali. a casa da minha avó já não existe como a conheci, é agora um prédio renovado com novas vidas e novas histórias para contar. aquele espaço, que fez parte da minha infância, trouxe-me à memória momentos e recordações que foi bom lembrar. 
foi num dia assim que conheci o Café na Fábrica, onde comi um brunch magnífico com a R. e pusemos a conversa em dia [tão bom rever pessoas que nos fazem falta]. não podíamos também deixar de nos sentar na Ler Devagar, a saborear um Bolo da Marta com gelado Santini. passeei pela Bairro Arte, de onde trago sempre ideias para decorar a casa. e surpreendi-me com a cor e a modernidade das peças da Kare [fotografei duas, que ficavam perfeitas cá em casa].




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