"uma crónica cheia de coisas lamechas"

ou o quanto eu gosto de ler o Paulo Farinha.

(...) Cada um sente estas dores de crescimento de uma forma própria, mas na meia dúzia de coisas importantes que realmente conseguimos mudar, há uma que parece ser consensual: quanto mais velhos ficamos, mais leves nos queremos tornar. E, camada após camada, vamos deixando cair uma série de carapaças a que antes dávamos importância. São as pequenas coisas que vamos deixando para trás. De que nos vamos despojando. As que já não importam. Para podermos acreditar que ficámos melhores. Mais espertos, mais elegantes, mais tranquilos, afinal. E queremos mesmo fazer um esforço para deixarmos de ser tão casmurros com o que não interessa. Para passarmos a dar mais valor ao que realmente conta. E o que conta, mesmo? Os afetos. Os mimos. O tempo que passamos com as pessoas de quem gostamos. O dizer à boca cheia «gosto de ti». (...)

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