do silêncio

desde que vivo sozinha, já lá vai meia dúzia de anos, que o silêncio se tornou um bem essencial. o meu trabalho tem demasiado ruído, telefones que não páram de tocar, as rádios em fundo, o entra-e-sai constante de um open space. refugio-me muitas vezes nos auscultadores, com ou sem música, dependendo da disposição, para estar só comigo. ou, no limite, longe da confusão que se desenrola à minha volta.
em casa faço o mesmo: quando tem som, o volume da televisão está quase sempre no mínimo e o rádio só voltou a ser ligado de manhã há um par de semanas, quando mudei a aparelhagem para o quarto. e só depois de uma boa meia hora de ter acordado.
sempre me habituei a estudar e a ler em silêncio. o mesmo acontece quando escrevo os textos do blog ou os textos de trabalho. admito que me concentro com alguma facilidade em ambientes estranhos, com um som de fundo como uma sala de espera, um café ou o comboio, dependendo dos dias e da disposição. mas sinto esta necessidade de falar comigo e de deixar que os pensamentos saiam para fora da minha cabeça. como uma espécie de terapia para alma.


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