a comoção e a surpresa no olhar de quem já pouco espera da vida.
podia viver mil anos e acho que jamais esqueceria o olhar da D. Fernanda, ao ver tudo aquilo, só para ela. como se fosse um tesouro, como se nunca lhe tivessem dado nada tão valioso. e provavelmente não deram, porque passar fome, sobretudo no dia do aniversário, deve ser uma dor sem fim.
a D. Fernanda não esperava que um grupo de amigos se juntasse para a ajudar. enchemos um carrinho de comida e um envelope com o dinheiro que sobrou, que humildemente aceitou (depois da recusa inicial). não há palavras que descrevam a gratidão nos olhos dela. a D. Fernanda chorou depois, contaram-me, e confessou sentir-se envergonhada. vergonha devia ter este país, por deixar que os seus velhos, com idade para gozar tudo o que descontaram ao longo de décadas de trabalho, passem dificuldades. vergonha deviam ter os governantes, que desprezam o mínimo de dignidade a que todas as pessoas têm direito. vergonha devia ter quem, sabendo disto e podendo fazer alguma coisa para mudar, passa ao lado e ignora. porque todos os poucos que podemos dar, juntos fazem muito. não conseguimos salvar o mundo, mas com boa vontade e entrega, podemos certamente fazer a diferença no mundo de alguém.
ainda bem que uma conversa banal se transformou num apelo de solidariedade, que deu origem a um movimento espontâneo e genuíno dos mais bonitos que já vi.
nada me deixaria o coração tão cheio quanto aquele sorriso de surpresa e satisfação. o que a D. Fernanda não sabe é que nos deu muito mais a nós do que nós alguma vez lhe conseguiremos dar a ela: mostrou-nos a generosidade e um olhar de gratidão impossíveis de esquecer. e não há melhor do que fazer o bem porque quem merece tanto.
obrigada, de coração, a todos os que colaboraram para fazer com que o início de ano da D. Fernanda seja um pouco melhor do que os últimos meses que tem vivido.
podia viver mil anos e acho que jamais esqueceria o olhar da D. Fernanda, ao ver tudo aquilo, só para ela. como se fosse um tesouro, como se nunca lhe tivessem dado nada tão valioso. e provavelmente não deram, porque passar fome, sobretudo no dia do aniversário, deve ser uma dor sem fim.
a D. Fernanda não esperava que um grupo de amigos se juntasse para a ajudar. enchemos um carrinho de comida e um envelope com o dinheiro que sobrou, que humildemente aceitou (depois da recusa inicial). não há palavras que descrevam a gratidão nos olhos dela. a D. Fernanda chorou depois, contaram-me, e confessou sentir-se envergonhada. vergonha devia ter este país, por deixar que os seus velhos, com idade para gozar tudo o que descontaram ao longo de décadas de trabalho, passem dificuldades. vergonha deviam ter os governantes, que desprezam o mínimo de dignidade a que todas as pessoas têm direito. vergonha devia ter quem, sabendo disto e podendo fazer alguma coisa para mudar, passa ao lado e ignora. porque todos os poucos que podemos dar, juntos fazem muito. não conseguimos salvar o mundo, mas com boa vontade e entrega, podemos certamente fazer a diferença no mundo de alguém.
ainda bem que uma conversa banal se transformou num apelo de solidariedade, que deu origem a um movimento espontâneo e genuíno dos mais bonitos que já vi.
nada me deixaria o coração tão cheio quanto aquele sorriso de surpresa e satisfação. o que a D. Fernanda não sabe é que nos deu muito mais a nós do que nós alguma vez lhe conseguiremos dar a ela: mostrou-nos a generosidade e um olhar de gratidão impossíveis de esquecer. e não há melhor do que fazer o bem porque quem merece tanto.
obrigada, de coração, a todos os que colaboraram para fazer com que o início de ano da D. Fernanda seja um pouco melhor do que os últimos meses que tem vivido.
![]() |
nesta altura, ainda o carrinho só estava meio cheio |
Comentários