murro no estômago

ouço as notícias do dia, o dia inteiro. à noite, ligo a televisão e está a dar uma reportagem sobre a Missão Sorriso. fala-se de doenças raras, de deficiência, de fome, de velhice. fala-se de um pai desempregado, de uma mãe desempregada, que bebem água para deixar uma lata de salsichas para o jantar dos filhos. às vezes não têm sequer arroz para acompanhar, acrescentam. e eu sinto um murro no estômago, violento e brutal, que me faz revoltar com este país, que não cuida das suas crianças, dos seus velhos, daqueles que durante décadas trabalharam para que outros, hoje, possam viver à custa das suas pensões ou dos nossos ordenados. revolta-me este país em que tantas e tantas pessoas [cada vez mais] estão desprotegidas. um país cheio de sol, mas que em grande parte só torna cinzenta e escura a vida dos seus. felizmente, há projetos como este, com pessoas que se importam, que não viram a cara, que se entregam sem pedir nada em troca, apenas a satisfação de ajudar [há lá coisa melhor?] e saber que, por pouco que seja, um sorriso sincero de conforto é a mais gratificante das recompensas.

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