do referendo

a casa cheira a torradas. enquanto tomo o pequeno almoço, procuro uma receita para a sobremesa do almoço de amanhã. o meu gato anda por aqui, a passear-se por cima do teclado. ouço este álbum, do Greg Laswell. espreito uns quantos blogs e dou de caras com este texto da minha querida Sónia, baseado no texto certeiro da Fernanda Câncio, no DN de ontem. uma espécie de banho de realidade, em forma de murro no estômago.

"A questão é essa: as crianças que já vivem com dois pais ou duas mães, mas que foram adoptados apenas por um (porque a lei não permite a coadopção) vão continuar a viver com dois pais ou duas mães, quer a lei permita ou não. A questão mais pungente de todas, para além de outras questões que se prendem com a igualdade propriamente dita, é que se o pai ou mãe "legal" morre, o outro pai ou mãe não tem qualquer direito sobre aquela criança, apesar dela lhe chamar mãe ou pai, apesar de se amarem, apesar de poderem ter vivido, até então, debaixo do mesmo tecto. E essa criança pode acabar por ir parar a uma instituição, em vez de ficar com aquela pessoa a quem chama mãe ou pai, e que ama e reconhece como tal. Se não entendem isto, então julgo que não entendem coisa alguma".

e nada mais tenho a acrescentar. porque, se em pleno ano 2014, isto ainda é uma questão a ser referendada a um povo que tem tanto de conservador como de preconceituoso, julgo que só nos resta evoluir na continuidade. e para uma sociedade supostamente evoluída do século XXI, não há nada mais triste do que isso.

Comentários

Monia disse…
É muito triste isto.
Enjoy the Ride disse…
é sobretudo muito triste que a mentalidade não evolua.