Trate a vida por tu II

já por aqui tinha escrito que não compraria este livro se não fosse recomendado por alguém que admiro muito, com quem tenho aprendido tanto e com quem estou a fazer um workshop que, em alguns aspetos, já mudou a minha vida.
sou muito céptica em relação a autores que pretendem mudar a nossa vida. por definição, e porque vamos aprendendo com a nossa própria experiência, a vida depende única e exclusivamente de nós e daquilo que fazemos com o que nos acontece. é verdade que na maior parte dos dias os imprevistos são pontos de ordem, mas é o que fazemos com eles, as nossas atitudes perante o inesperado, que nos definem. 
a nossa atitude e os comportamentos que daí advêm têm sempre na base a nossa educação, os nossos valores, as motivações e os objetivos. e é aqui que este e outros livros entram: dão-nos pistas, perspetivas diferentes, alternativas a que provavelmente nunca demos a devida atenção.
este livro não traz nenhuma grande revelação, não é o tesouro no fim do arco-íris. é, se estivermos dispostos a encará-lo como tal, uma espécie de guia que nos relembra tudo aquilo que é importante, nomeadamente na nossa relação connosco e com os outros e na nossa contribuição para uma vida e um mundo melhores. o livro, embora um pouco repetitivo, não traz os números do euromilhões. traz outra coisa melhor: ajuda-nos a redescobrir o óbvio, a regressarmos ao essencial, que, por força da sociedade em que vivemos e dos contextos em que nos movemos, acabamos por esquecer ou não valorizar devidamente. 
recomendo-o, claro. mas há que retirar daqui apenas o mais importante, mantendo o distanciamento suficiente para perceber que a vida, a rotineira, não é necessariamente tão fácil quanto o autor faz por vezes parecer. se soubermos fazer uma leitura para além das histórias que nos apresenta, facilmente percebemos a mensagem. depois... bom, depois é ter a força de vontade para mudar. e é essa viagem a mais difícil de fazer.


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