deixem falar as pedras

pedi como prenda de Natal e recebi-o. comecei a lê-lo a meio de janeiro e só mesmo a vasta oferta de séries é que me faria esticar a leitura durante um mês [por cada episódio, meia dúzia de páginas lidas para equilibrar].
há uma nova geração de autores portugueses cheia de talento e David Machado é inquestionavelmente um deles. um autor a considerar e a seguir.
Deixem Falar as Pedras é um romance que utiliza a História recente do nosso país como fio condutor que levanta uma questão inquietante sobre a verdade das memórias, que pode alterar a visão que temos do mundo e de um passado que nos pertence (ou não). a memória como uma construção daquilo em que queremos acreditar. a visão turva que o passar do tempo aplica naquilo que vivemos, distorcendo as recordações, mesmo que possam ter sido vividas simultaneamente por duas pessoas, que acabam por interpretá-las de forma totalmente antagónica. 
a história não é mais do que uma sucessão de acontecimentos na vida de um avô, designados por verdades e mentiras, contados por um neto adolescente que mais não quer do que lutar para repor a justiça no mundo de quem ama. relato esse intercalado, claro, por todas aquelas mudanças e descobertas próprias da adolescência, com laivos de rebeldia, distúrbios e carências. 
David Machado é sem dúvida um autor a não perder de vista. 

sinopse

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