"a culpa não é sempre da mãe"

conheci a Sónia na empresa em que trabalho, há alguns anos, quando nos juntaram para fazer um programa. já nessa altura, apesar de a minha realidade ser muito diferente da dela, porque não tinha filhos nem uma vida tão agitada como ela, seguia diariamente o seu Cocó na Fralda, simplesmente porque me fazia rir.
não sei se sabem, mas a Sónia é uma máquina de fazer ideias. eu ajudava apenas a executá-las, para que ficassem exatamente como ela as idealizara. fizemos três programas juntas, que duraram meses. com qualquer um deles cresci inevitavelmente. não só profissionalmente, porque não a queria desiludir e queria superar-me, queria fazer mais e melhor, mas também pessoalmente, porque aprendi muito com estes programas e emocionei-me vezes sem conta a ouvi-los. conheci histórias fantásticas e pessoas magníficas, porque é isso que a Sónia faz: conta histórias como ninguém, dando voz às pessoas para que nos toquem no coração. a primeira [e única] vez que chorei no local de trabalho foi por causa dela: gravámos a última locução de um programa e começámos a chorar, já com saudades daqueles momentos em que também conversávamos mas sobretudo dávamos forma aos sonhos dela. e de tantas pessoas que entrevistou.
amanhã é um dia importante. e eu vou lá estar. porque a Sónia se tornou bem mais do que uma colega de trabalho e não poderia faltar neste seu dia especial. e, se bem a conheço, este seu novo filho foi feito com a alma e o coração e não há melhor do que percebermos isso quando o lemos. vamos lá?

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