perceber os sinais

isto dos sinais que a vida nos manda tem muito que se lhe diga. primeiro, há um processo lento que nos leva à certeza definitiva de querermos mudar de vida. há muitos ses pelo caminho, muitas dúvidas e questões, medos gigantes (que não páram de aumentar), mas uma coisa é certa: a vida não pode seguir assim. já não quando aquilo que inicialmente fazíamos com tanto prazer e que em tempos foi a nossa motivação para nos levantarmos com um sorriso na cara, se transformou num sacrifício, que nos fere a alma e consequentemente afeta o nosso estado de espírito e mesmo o corpo, que se ressente em pequenas coisas. não estou feliz onde estou. e esse é o primeiro passo para mudar: aceitar que aqui já não é suficiente, que a esperança vã com que nos enchem os ouvidos de um dia tudo vir a melhorar é mera ilusão. agora escolho não acreditar mais. não duvido que o crescimento profissional se faz com tempo, com segurança, com eficiência. mas estou há demasiado tempo na mesma empresa para ainda me agarrar a essa lógica. o que tenho visto ao longo dos anos é a incompetência e o mau caráter serem premiados. e isso revolta-me, mas revolta-me tanto que chega a causar-me náuseas. sobretudo naqueles dias em que isso me afeta diretamente.
estive dois dias em casa, doente, e ao terceiro fui trabalhar, ainda nada recomposta, para não deixar ninguém sobrecarregado. erro. assim que nos vêem entrar pela porta, não querem saber de convalescença nem de coisa nenhuma: trabalhas o tempo que tiver que ser e se for possível ainda te pomos alguns obstáculos no caminho. arrependi-me no segundo em que lá entrei. 
esta não sou eu. da mesma forma que esta também já não é a empresa que me acolheu há 8 anos. tanto mudou e quase tudo para pior, no meu entendimento [que vale o que vale]. 
ando eu aqui cheia de dúvidas e com uma vontade monumental de dar a volta à minha vida, quando ontem reencontro uma amiga querida, e a ouço completamente por acaso contar novamente a história de como também a vida dela mudou para muito melhor. ela, que também não se sentia feliz, que ia contrariada para uma secretária chefiar pessoas, decidiu que não ia passar o resto da vida assim. e ontem, depois de eu lhe ter contado esta crise que estou a atravessar e como me enervou ouvir a história dela [que já conhecia], ela disse-me apenas que é o Universo a mandar-me sinais. e se calhar é mesmo.
se é verdade que nem todos podemos fazer algo que nos realize, também é que quando nos sentimos verdadeiramente mal tratados e abandonados por quem mais nos devia proteger, é altura de sair, de bater com a porta. ponderadamente, com um ou dois ou três planos alternativos. porque se não o fizer agora, vou arrepender-me para o resto da vida e tornar-me numa pessoa amargurada e infeliz.


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Comentários

Teresa disse…
Estou no mesmo "barco" ... :((
Enjoy the Ride disse…
Devíamos conversar as duas. Olha se nascia aqui um belo negócio ;)
Teresa disse…
Nunca se sabe ... a minha bússola aponta para qq coisa sim!! Beijinho