Os níveis da vida

todas as histórias de amor são potenciais histórias de dor.

terminei o livro há uns dias, mas estava a tentar [creio que ainda estou] absorvê-lo. este é um livro sobre amor. o amor entre duas pessoas que fizeram um caminho juntas durante várias décadas, até que a morte os separa. mas este não é um livro sobre a morte, é antes a celebração de um amor tão grande, que por ele a memória faz perdurar a existência de quem partiu. 
tudo começa com uma viagem de balão. o ritmo do livro não é fácil nem óbvio, mas o rumo torna-se evidente, sempre que surge a palavra liberdade. é então que percebemos este paralelismo, esta profundidade que está intimamente ligada ao risco que é subir num balão e/ou amar alguém.
li este post num blog que me é muito querido. e depois de meses a pensar em Julian Barnes, não resisti. este não é um livro sobre a morte. é um murro no estômago. e a celebração de uma vida plena de amor. 



"Estou convencido de que o Sim que proferi no dia nosso casamento foi a expressão da certeza mais completa e mais inequívoca que jamais senti. Uma certeza mais absoluta do que qualquer outra que tenha tido sobre a minha vocação.
(...)
É um facto rigoroso que ainda penso em Sara todos os dias da minha vida e a quase todas as horas do dia. Sempre que vejo alguma coisa de que ela gostaria, dou por mim a dizer que vou comprá-la e levar-lha, e estou sempre a pensar em coisas para lhe contar.
É isto que os que não atravessaram o trópico da dor quase nunca são capazes de entender: o facto de alguém estar morto pode querer dizer que não está vivo, mas não quer dizer que não exista".

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