sangue quente

o que eu gostava de saber escrever assim.

"Cada um tenta uma coisa nova no corpo do outro, ambos recorrem a truques velhos de milénios, a negociação das idas e vindas é feita sem palavras, quase sem olhares, numa suavidade de reações epidérmicas e silenciares de respiração. As unhas riscam a pele, os dedos tocam humidades, as bocas dão-se molhadas, esfomeadas; ambos adiam o enlace definitivo só mais um bocadinho, só por desporto, só por maldade, só para prolongar o contágio, a mistura, o calor".

Tiago Matos Silva in P3, 03 de outubro

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