a (eterna) guerra dos sexos

existe uma ideia feita, de que gosto particularmente, que afirma que os homens, tendo oportunidade de ir para a cama com uma mulher, não a deixam escapar, independentemente de ambos estarem ou não no mesmo comprimento de onda. ontem falávamos sobre isto e, confesso que não esperava que ele dissesse outra coisa. os homens tendem a defender estes clichés, quando falam de outros homens: levou-a a sair, pagou-lhe o jantar, estava à procura de uma relação estável... e, ao descobrir que ela não queria nada sério, decidiu que não ia para a cama com ela. como é que é possível?! ri-me com o cliché. mas ri-me sobretudo porque perpetuamos esta ideia sobre a vida dos outros, mas não a adotamos para nós. ou seja, o outro devia ter aproveitado: ela estava ali, disponível e linda e ele, armado em esquisito, recusou. ri-me de novo. ri-me porque muitos dos meus amigos fariam exatamente a mesma coisa: apesar desta conversa toda que mostram, eram incapazes de se envolver com uma mulher se soubessem que isso os magoaria ou, pior, as magoaria a elas. tenho muito respeito por uma pessoa que, estando ao lado de outra que deseja, consegue conter-se e dizer que não, por perceber que claramente não querem os dois o mesmo tipo de relação. 
provavelmente porque estas ideias se perpetuam, continuamos a viver numa sociedade aparentemente machista, cheia de pré-conceitos, que já deixaram de o ser há muito. ou então sou só eu que tenho tido sorte e tenho conhecido pessoas decentes, que procuram na e da vida o mesmo que eu: alguém que as ame, que as ampare, que lhes dê a mão. 
não estou a defender que, havendo oportunidade, as pessoas não a devam aproveitar. longe disso. acho é que essas oportunidades devem resultar da vontade comum, de procurarem ambos o mesmo. não estamos todos em busca do amor, há pessoas que querem simplesmente divertir-se e aceitam que a vida seja uma mão cheia de dias (ou noites) bem passados. e está tudo bem. o problema muitas vezes é encontrarem-se. mas eu acredito que o universo, de uma ou outra forma, conspira para que isso aconteça. mesmo que pelo caminho haja estas lições, nem sempre fáceis, para aprender.

Comentários

São mesmo preconceitos já muito enraizados porque eu mesma já ouvi histórias de homens que não sucumbiram às seduções femininas e muito menos ao "instinto carnal". Irá depender sempre da personalidade de cada um e do contexto da situação
Enjoy the Ride disse…
nem mais, Sofia. bem vinda! :)