A Teoria de Tudo

os Óscares são esta noite e, acho que pela primeira vez, consegui ver todos os filmes que queria antes da cerimónia. provavelmente, vou adormecer muito antes das categorias principais [esta gripe não me está a ajudar], mas quando souber os resultados, de manhã, vejo logo se os meus palpites estavam certos.
não sou uma pessoa de lágrima fácil, sobretudo em público. há muitos anos que não via um filme que me emocionasse tanto e me fizesse chorar. A Teoria de Tudo é assim, sobretudo nos silêncios, que nos tocam muito mais do que o texto. a banda sonora é magistral, despertando em cada momento uma ternura imensa pelo longo caminho de Jane, que dedicou a sua vida a este amor, e fazendo-nos questionar sobre a forma como aproveitamos a nossa própria vida, perante a determinação de Stephen. corrigindo o que escrevi há dias, Eddie Redmayne vai certamente ganhar o Óscar de Melhor Ator: as semelhanças entre ele e Stephen Hawking são tão assustadoramente reais, que chegamos a questionar se ele próprio não sofre da mesma doença.

lembro-me de há uns três ou quatro anos ter visto uma reportagem sobre ELA, esclerose lateral amiotrófica, uma doença degenerativa que afeta os músculos, levando à paralisia motora irreversível. uma doença que não afeta o cérebro, pelo que o paciente tem consciência de tudo o que lhe acontece, ou seja, vai perdendo todas as suas capacidades motoras, apercebendo-se das suas progressivas limitações. a dor de quem vive com esta doença é inimaginável. como o é a dor de quem convive ao lado, fazendo tudo para tornar os dias menos penosos, mais confortáveis... ou suportáveis. 
por alguma razão, este tema emociona-me particularmente e foi por isso que, quando dei por mim, as lágrimas me caíam pela cara abaixo. é uma história real, igual a tantas outras que desconhecemos. uma luta diária, a batalha de uma vida contra uma doença que à partida já levou a melhor. só que, neste caso, a Hawking foram dados dois anos de vida quando tinha vinte e a verdade é que ele já conta com mais de setenta.


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Comentários

Anónimo disse…
Adorei o filme. Adorei. Já viste a força daquela mulher? Incrível!