uma por todas

há dois ou três dias, ouvi na rádio uma entrevista à Jessica Athayde, que me surpreendeu. já simpatizava com ela, embora não siga o seu trabalho na televisão. depois do caso da Moda Lisboa, no ano passado, fiquei a admirá-la. a maturidade com que respondeu às críticas profundamente idiotas que lhe foram feitas foi exemplar: defendeu o seu corpo como poucas mulheres o fariam, assumindo uma postura que marcou não só a sua posição, como defendeu os corpos (im)perfeitos de tantas e tantas mulheres que encaram mal o espelho, sem terem razões para tal. quantas de nós vivemos com preconceitos auto-infligidos ou atormentadas com a imagem que os outros têm de nós? basta ligar a televisão ou abrir um blog para perceber que o que mais vende (e mais rapidamente) é a perfeição: medidas certinhas e corpos esculturais (e sabe-se lá com que sacrifícios se conseguem), que não correspondem de todo à comum mortal.
o que começou por ser um projeto para um livro sobre sumos e batidos, acabou por se tornar muito mais do que isso, numa viragem que a atriz achou importante, por um lado para combater o tabu que são as doenças como a anorexia ou a ansiedade e, por outro, para assumir que estava preparada para falar sobre os seus próprios problemas publicamente, na esperança de que isso possa ajudar alguém.


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tal como a depressão, a ansiedade ou outras doenças do foro psicológico, não são ainda, no século XXI, levadas a sério pela sociedade. quantas vezes as pessoas que sofrem destas patologias são rotuladas de infelizes, tristes ou apenas muito cansadas. e quantas outras ouvimos o eterno e terrível isso passa!, como se passar a mão na cabeça ou uns dias de férias fossem suficientes para superar um problema que é muito mais profundo, mas não identificável. 
por isso esta entrevista, tão franca e genuína, despertou-me mais a curiosidade para uma realidade tão escondida. o livro que a Jessica publicou no passado dia 20 de março relata a sua experiência e partilha uma série de coisas que resultam com ela para viver de forma mais saudável, física e mentalmente: a alimentação saudável, o desporto, a meditação e a importância dos que estão mais próximos. não resisti e comprei. porque a Jessica é claramente muito mais do que só uma cara (muito) bonita e um corpo de fazer inveja. descubram mais aqui.

Comentários

Esta miúda surpreendeu-me pela positiva, por causa do assunto "Moda Lisboa". Vou espreitar o livro! Bom fim de semana!
Enjoy the Ride disse…
Bom fim de semana, Ana. :)
Maria Rita disse…
É isso mesmo olhar para nós sem preconceito.