2016

ando aqui há dias com um texto na cabeça que teimava em não sair. a passagem de ano é uma espécie de marca na nossa vida, em que renovamos votos e intenções, fazemos resoluções, planos e permitimo-nos sonhar mais. é um símbolo, uma marca, como se tudo o que vivemos para trás ficasse encerrado no tempo. 


fui tão feliz em 2015, que me assustou um pouco a ideia de fechar a porta atrás de mim, à meia noite do dia 1 de janeiro. como se tivesse medo de que aquilo que vem para a frente nunca pudesse superar o bom que foram os 365 dias anteriores. não perdi ninguém próximo nem importante e isso é, sem dúvida, o maior motivo de gratidão. mas 2015 teve tanto mais para celebrar, que seria redutor e derrotista resumi-lo ao facto de não ter passado por nenhum momento verdadeiramente difícil. foi um ano cheio de projetos profissionais (uns novos, outros na continuidade), de encontros de família e amigos, de festivais e concertos, de livros e séries, de conhecer lugares novos cá dentro, de cimentar relações. e não pode haver melhor do que isto: a vida a acontecer e a enriquecer-nos a alma.
por isso, precisei de uns dias para aceitar que não há portas ou barreiras, que a vida é apenas isso, uma sucessão de dias, que não são estanques e que fazem a diferença em nós e nos tornam melhores pessoas, se a isso estivermos dispostos. e atentos para parar de vez em quando e congratularmo-nos pela sorte que temos. estou grata, tão grata a 2015, por tanto de maravilhoso que me proporcionou. e igualmente preparada para o que de melhor 2016 terá para agarrar e ser feliz.

entretanto, descobri este projeto musical, que é daqueles que vão direitinhos ao coração e que recarregam a bateria para o novo ano, que tanto promete.

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