a caminho dos Óscares

depois de um mês particularmente difícil, já seria de esperar que o meu corpo, sempre atento às minhas preocupações, se manifestasse. não foi com a intensidade de outras vezes, mas o suficiente para passar o domingo em casa, aninhada no sofá, entre filmes e séries, programa que habitualmente adoraria, não fosse haver sol lá fora.
normalmente, refugio-me no cinema, sobretudo porque os Óscares se aproximam a passos largos e, embora nunca consiga ver todos os filmes nomeados até à cerimónia, tento ver o máximo possível para poder formar a minha opinião. até ao momento, conto dois: A Queda de Wall Street e A Ponte dos Espiões.




quanto ao primeiro, achei-o muito aborrecido: imaginem que se sentam à mesa com seis ou sete homens da banca. sim, um deles é o Brad Pitt e o outro o Ryan Gosling, mas ainda assim não é o suficiente para manter o(a) espectador(a) atento(a) durante duas horas, a menos que seja do meio. há um esforço para descomplicar alguns conceitos, mas, mesmo para quem tem algumas noções de economia e finanças, o filme torna-se demasiado complexo, tendo em conta que a sua função é, acima de tudo, entreter. sim, é verdade que há ali muito para refletir; a ideia genérica, da manipulação de Wall Street, de uma bolha imobiliária e de uma visão que nasceu nos EUA, com consequências globais, hipotecando até hoje o emprego e a vida de muitas pessoas, está lá. mas um filme que pretende chegar às massas não se deve limitar a um discurso fechado e rebuscado, que só uma minoria apreenderá. 

em relação ao segundo, bom... quem se interessa por filmes de espionagem, tem aqui um ótimo enredo, suportado na Guerra Fria. a base é histórica, o realizador é Spielberg, e Tom Hanks, como protagonista, regressa no seu melhor. a história começa com o caso de um alegado espião soviético, que é presente em tribunal, acusado de conspirar contra os EUA. o seu advogado, um homem que defendia apenas seguradoras, mostra-se céptico em defendê-lo, mas, ao conseguir evitar a pena de morte, acaba por alcançar muito mais para o seu país do que aparentemente possa parecer. se é um filme para estatuetas, não sei. mas que me prendeu ao ecrã, disso não tenho dúvidas.

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