dos filmes de que eu gosto

no domingo, enchi-me de coragem para ver o filme de que todos fala(va)m: Room. munida de lenços de papel e totalmente disponível para ser arrebatada por esta história de amor e sobrevivência, preparava-me para chorar baba e ranho (coisa pouco usual em mim). gostei muito do filme, mas talvez por ter demasiada expectativa em relação a ele, não posso dizer que adorei ou que me marcou de alguma forma. neste caso em particular, acredito que o facto de se ter ou não filhos também condiciona quem o vê, porque as emoções que a arte nos desperta estão necessariamente ligadas às nossas vivências. sim, o filme é perturbador, assustador nalguns aspetos, mas em nenhum momento me levou para dentro da história. achei também que o final é um pouco apressado, como se por magia todos os problemas que aquela mulher tem de enfrentar desaparecessem. as interpretações são magníficas - todos os prémios ganhos podem comprová-lo - e, só por isso, já valia a pena ver.




pelo contrário, em relação a Her não tinha qualquer expectativa. não gosto do ator principal e, confesso, um filme sobre tecnologia não fazia aparentemente as minhas delícias. mas foi tão bem recomendado - mais do que uma vez - que hoje decidi dar-lhe uma oportunidade. em boa hora o fiz: adorei! é um filme triste, sem ser lamecha; fala sobretudo sobre solidão. ainda que num futuro que não desejamos, esta história é já o presente de tantas pessoas isoladas na sua bolha virtual, com os seus telemóveis e redes sociais, que perdem a capacidade cada vez mais urgente de se conectar com outras pessoas. humanos que procuram colmatar as suas carências afetivas com máquinas, que jamais poderão substituir o toque, o calor e a presença de outro ser humanos, por muita inteligência artificial que desenvolvam. as imagens são tão bonitas e a banda sonora encantadora. valeu cada segundo.

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