e se fosse contigo?

há uns meses, quando a crise dos refugiados sírios se agudizou, quando todos os dias éramos invadidos por imagens de barcos com pessoas que, lutando pela sua sobrevivência e das suas famílias, acabavam mortas no Mediterrâneo, quis juntar-me a um grupo de voluntários que, por iniciativa própria, se fez à estrada e foi fazer a diferença para os campos de refugiados na Polónia. por razões de segurança, acabou por não acontecer. e não aconteceu também porque, naquela altura, achei que, não indo ninguém do meu núcleo mais próximo, não teria capacidade para sobreviver num lugar daqueles, onde o sofrimento é uma constante. 




por uma coincidência, a pessoa que desafiei para ir comigo, e que não podia naquela altura, acabou por se juntar à Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR) e partiu para Lesbos, na Grécia, há mais de um mês e fica ainda mais algumas semanas. os relatos são de cortar o coração. por cá, fiquei com aquela sensação estranha de não saber o que aconteceria se tivesse ido. mas o orgulho por ela é infinitamente maior e vivo um pouco daquilo que não pude viver no terreno através dos seus relatos.
para quem fica e quer fazer alguma coisa, a PAR deixa uma série de sugestões, no seu site e no Facebook, de como doar bens, fazer a ajuda chegar àquelas pessoas ou como se tornar voluntário. por mais pequena que seja, toda a ajuda faz a diferença.

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