o amor nos tempos modernos

Master of None é uma daquelas séries bem dispostas, para ver ao fim de um dia de trabalho e desligar das preocupações. o autor e ator principal da série, Aziz Ansari, é comediante e, depois de ter visto um ou dois espetáculos de stand up na Netflix, descobri através de uma amiga que tinha também um livro editado, O Amor nos Tempos Modernos. o mote parecia-me perfeito: como é que vivemos o amor atualmente? antigamente era mais fácil. Aziz juntou-se a um sociólogo americano, Eric Klinenberg, e, juntos, fizeram um estudo em vários países de culturas muito distintas para perceber de que forma a tecnologia e sobretudo as redes sociais vieram revolucionar a maneira como nos relacionamos. tudo é abordado com humor, mas - ou talvez por isso - é fácil identificarmo-nos com muito do que é descrito. desde as histórias dos nossos avós, a forma como se conheceram, namoraram e cresceram juntos, à nossa própria história, tão distante da deles, tão radicalmente diferente, o livro atravessa várias décadas e traça um estudo sociológico muito interessante, fundamentado com testemunhos reais. a tecnologia não é diabolizada, como tantas vezes temos tendência a fazer, mas analisada e percebida em todas as suas facilidades e virtudes. fala-se sobretudo de sentimentos e de como lidamos com eles ao longo dos tempos - e do nosso próprio tempo. creio que o ponto principal é percebermos que isto é um caminho sem volta. gostei sobretudo desta ideia de que hoje em dia aprendemos que há uma fase de semi-adultês, em que nos é permitido experimentar, conquistar, apaixonar, desapaixonar... até encontrar a alma gémea. e que esta facilidade em saltarmos de pessoa para pessoa [para quem o faz] é sintomática de que já não nos contentamos com o suficiente que as gerações anteriores aceitavam como bom, queremos o ótimo, alguém que nos complete em todos os aspetos fundamentais da vida. no fundo, desde sempre, todos procuramos o mesmo. temos é mais [e diferentes] ferramentas para o fazer atualmente. melhores? piores? cada um de nós sabe o que lhe assenta melhor na procura do essencial: amar e ser amado. 
boas leituras!


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