Netflix

a propósito do podcast Hollywood Express, da querida Patrícia Pereira, arrisco de vez em quando séries que a Netflix me sugere, mas que, como não tenho referências, vou adiando. este mês, vi duas recomendadas por ela e que me encheram as medidas.

Russian Doll é uma comédia sarcástica, por vezes mórbida, que, em episódios de cerca de 25 minutos, nos obriga a questionar o sentido da vida e muito daquilo que andamos por cá a fazer. no dia do seu 36º aniversário, Nadia (Natasha Lyonne) morre. isto podia ser um spoiler, não fosse ela morrer várias vezes na série, ressuscitar sempre no mesmo sítio - a casa de banho do loft onde as amigas lhe prepararam uma festa de aniversário - e ter de descobrir porque é que isto lhe acontece e como parar este ciclo. entre várias peripécias, vamos descobrindo que, debaixo daquela aparência de mulher forte e impulsiva, Nadia tem vários problemas reprimidos por resolver e acaba por contar com a ajuda de Alan (Charlie Barnett), a quem a morte também acontece ciclicamente. 



Sex Education é a série que deveria ter existido na minha adolescência para me tirar aquelas dúvidas que eu tinha vergonha de perguntar... e não tinha internet para pesquisar. primeiro, ganha imensos pontos por ser britânica e cheia de referências aos anos 80, da banda sonora à roupa das personagens, passando por detalhes discretos, sempre a piscarem o olho a quem nasceu e cresceu nessa década. depois, os cenários absolutamente deslumbrantes: os exteriores, claro, com verde a perder de vista; mas os interiores também, como a casa de Jean e Otis a destacar-se (quem não quereria viver numa casa daquelas, com aquele enquadramento?) ou a escola onde tudo acontece. dito isto, o mais importante: o elenco. que extraordinária seleção de atores. começo por falar da interpretação brilhante de Gillian Anderson (que na minha cabeça era a eterna Dana Scully dos Ficheiros Secretos) como Jean Milburn, uma terapeuta sexual, mãe divorciada, mulher com desejos não reprimidos. Otis (Asa Butterfield), que tem vários problemas com ela por causa da profissão, além dos habituais que a adolescência sempre traz, aproveitando o conhecimento adquirido em casa, abre um consultório de terapia sexual na escola, por sugestão de uma colega, que precisa de dinheiro para pagar a renda. a partir daqui, é ver. de certeza que se vão rir e identificar nalgum momento com alguma personagem ou situação, porque já todos fomos adolescentes e já todos sentimos alguma(s) daquelas dificuldades. é tão divertido quanto educativo. se tiverem filhos em idade de perguntas difíceis, ponham-nos a ver isto. :)


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