Retiro

ciclicamente, faz-nos falta sair da rotina e tirar uns dias de sossego. sou completamente citadina, mas a verdade é que três ou quatro dias de silêncio, sem relógio e sem pressa, longe da correria do trânsito e do trabalho, me sabem pela vida. há duas semanas, fomos até ao Retiro do Bosque Country House, onde passámos três dias perfeitos. suficientemente perto de Lisboa para não nos roubar muito tempo na deslocação, mas suficientemente longe para sentirmos que estávamos longe da confusão. a ideia era passearmos por ali perto, à descoberta do nosso Portugal, dormir bem, comer melhor. a dois dias de irmos, traçámos o plano: íamos rumo a Leiria, no sábado de manhã, a tempo de bruncharmos no Bali [que merece um outro post]. depois, como o tempo estava cinzento, decidimos dar só uma volta por ali. acabámos a visitar o Castelo de Leiria (2,10€/adulto), onde nunca tínhamos estado, a ver a vista maravilhosa sobre a cidade e sobre o estádio (nem quero falar sobre o desperdício que ali está) e os jardins bem cuidados. depois de tirarmos umas fotos pela cidade, rumámos para o Retiro, onde a D. Margarida (e o Pirata, um cão amoroso) nos recebeu lindamente, sempre simpática e disponível. mostrou-nos a casa, deixou-nos escolher o que queríamos jantar e a que horas - pormenor delicioso, não havia mais hóspedes na casa naquele fim de semana, tivemos tudo só para nós. a casa é um encanto: tem uma vista maravilhosa para as Serras de Aires e Candeeiros, um deck com umas mesinhas, que no verão deve ser um mimo, virado para a piscina (que por razões óbvias estava tapada); lá dentro, uma sala muito acolhedora, que podia ser a sala lá de casa, enorme, com as mesas das refeições de um lado, separadas da sala de estar, onde estivemos à vontade a ler e a ver filmes, por uma lareira que esteve sempre acesa. as refeições são caseiras, comemos lindamente. a D. Margarida ainda nos deixou chá e café à disposição, bem como uns docinhos, caso nos desse a fome antes de dormir. o nosso quarto era enorme, mas o ar condicionado foi suficiente para o aquecer. de manhã, o pormenor do pequeno almoço ao som da Smooth FM (é concorrência, sim, paciência) foi a cereja no topo do bolo - que por acaso era ótimo. lá fora, só o som dos passarinhos. há lá coisa melhor?
no domingo, mesmo com frio e vento, mantivemos o plano: fomos ao santuário de Fátima, a seguir ao Convento de Cristo (grátis ao domingo, até às 14h), em Tomar, onde acabámos por almoçar já tarde, no único sítio que encontrámos aberto e que não era nada de especial, só valeu pela mousse de chocolate. daí, fomos às Grutas de Mira de Aire (6,90€/adulto): confesso que ia um pouco receosa, porque sou claustrofóbica e tinha medo de ter um ataque de pânico a algumas centenas de metros da superfície. mas as grutas são tão bonitas, que é impossível não nos abstrairmos ao admirar um lugar tão mágico. foi, sem dúvida, a minha visita favorita do fim de semana prolongado.
[uma dica: não levem crianças muito pequenas, porque, apesar de o espaço ser bem iluminado, elas podem assustar-se; e os adultos não as podem levar ao colo, porque a escadaria é estreita e húmida; por isso, pais que me lêem, não levem os vossos rebentos, que acabam por estragar a visita às outras pessoas, se eles decidirem desatar num pranto]
na segunda feira, o dia amanheceu cheio de sol e, depois de um bom pequeno almoço, fomos até Santarém passear um pouco a pé e almoçar. desta vez, embora tenhamos estado um pouco à espera porque não marcámos, comemos lindamente na Taberna do Quinzena, por sugestão de um amigo. a seguir, para aproveitar a tarde de sol, fomos descobrir o Jardim e o Miradouro das Portas do Sol, onde estivemos a fazer a fotossíntese. e assim terminou um fim de semana que serviu (e muito) para recarregar as baterias. ganhasse eu o Euromilhões e já conhecia Portugal de norte a sul. e todas as ilhas. e muito mais estrangeiro! :) deixo-vos umas fotos para vos abrir o apetite.





























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