Oslo II

bom, posso começar por vos dizer que devemos ter sido as pessoas que fizeram a viagem mais barata de sempre a um dos países mais caros da Europa. claro que a facilidade de ter alojamento em casa de família e grande parte das refeições incluídas ajudou bastante. entre voos, entretenimento e comida, gastámos cerca de 400€ por pessoa.
depois de umas breves impressões sobre a cidade, aqui fica o segundo post com informações úteis. 

Dinheiro
como a Noruega não faz parte da UE, logo não tem €uro, optámos por levar o Revolut, uma espécie de cartão pré-pago, que controlamos através da app, que é recarregável e permite evitar as taxas de câmbio que os bancos ou as próprias casa de câmbio cobram [atenção, que agora parece que vai ser preciso declará-lo no IRS]. foi a melhor ideia que tivemos, porque nos permitiu pagar tudo em todo o lado: na bilheteira do comboio, supermercados, cafés, tudo.

Transportes
o país é muito bem organizado, neste ponto de vista. todos os transportes têm ligação uns aos outros, essas ligações estão muito bem identificadas e explicaram-nos que a pontualidade é imprescindível, dado que num país com temperaturas tão frias as empresas de transportes podem ter problemas se se atrasarem e acontecer alguma coisa aos passageiros.
do aeroporto para a estação central há comboios diretos (NSB); o bilhete custa 10€. a estação central é um pequeno mundo dentro da cidade: tem supermercados, restauração (da fast food a uma zona mais fancy), zona de cacifos, posto de turismo, até um hotel. tem várias saídas e é muito fácil chegar a qualquer lado a partir daqui: há comboios, autocarros, tram, até bicicletas (não utilizámos). atenção, porque há sempre revisores a passar.



Onde ficar
como vos disse no post anterior, ficámos em casa dos meus primos, o que nos permitiu poupar imenso no alojamento. no entanto, tive ótimas referências deste hotel, que fica mesmo na estação central. se não tivesse alojamento, o mais certo era ficar num Airbnb, plataforma com a qual tenho tido muito boas experiências. 



Oslo Pass
custou-nos 85€ um passe de três dias e posso dizer que compensou e bem. instala-se a app no telemóvel e, a partir do momento em que se ativa (não é necessário que seja no momento da compra), é válido por 72h seguidas. inclui entrada grátis em mais de 30 museus, deslocação grátis em todos os transportes públicos, descontos no sightseeing de barco, em alguns restaurantes e em várias outras atividades de que não usufruímos, mas ainda assim compensou bastante. o nosso alojamento era em Nittedal, uma pequena localidade a meia hora de comboio do centro de Oslo, ainda dentro do perímetro que estabelecem para os transportes abrangidos pelo passe (zonas 1 e 2). mesmo tendo visto poucos museus, fizemos as contas e só em transportes teríamos gasto o mesmo que o passe nos custou. ou seja, se não o tivéssemos, teríamos gastado seguramente o dobro. 



O que fazer
antes de irmos, fizemos uma lista do que queríamos mesmo ver. infelizmente, como no inverno as coisas fecham muito cedo, acabámos por não a cumprir na totalidade. o que não foi um problema, porque queríamos bem mais passear a pé e sentir a cidade do que passar os dias inteiros em museus. deixo-vos a lista do que conseguimos ver e fazer, sem nenhuma ordem especial:

* Fram Museum: para mim, o melhor de todos os que vimos, porque é muito diferente dos museus convencionais; lá dentro, está o navio de madeira que fez as primeiras expedições polares de exploração do Ártico e da Antártida; o barco foi mantido  e é possível visitá-lo por dentro. há também um simulador do que era a vida a bordo, com as intempéries e perigos do mar.
[Oslo Pass]

* Kon-Tiki Museum: acabámos por visitá-lo apenas porque ficava em frente ao Fram Museum e já não tínhamos tempo de chegar a outro antes do fecho. é um museu muito pequeno, onde está a jangada que levou o aventureiro Thor Heyerdahl, em 1947, numa expedição ao Pacífico, tendo percorrido 8000 km na água. a história deu origem ao filme, na década de 50, cujo Óscar está aqui exposto.
[Oslo Pass]

* Munch Museum: para mim, a grande desilusão. o museu é mínimo e O Grito, o quadro mais famoso do pintor, não estava exposto. não nos explicaram porquê, informaram-nos apenas que voltaria em abril.
[Oslo Pass]

* Natural History Museum: fica a anos-luz dos de Londres e de Berlim (para mim, o melhor no meu ranking de Museus de História Natural europeus até agora), mas tem algumas imitações de animais que são impressionantes. giro para quem tem crianças, sobretudo porque fica no Jardim Botânico, que no verão deve ser ótimo para elas brincarem.
[Oslo Pass]

* Oslo City Hall: não entrámos, mas o edifício é de facto impressionante e passámos por ele várias vezes. está em (grandes) obras para ter brevemente um dos maiores museus da cidade.

* Akershus Fortress: com neve e mau tempo não é o sítio mais atrativo, mas é obrigatório. o castelo medieval está num local estratégico da cidade, mesmo à beira da água (de resto, a vista do barco fá-lo parecer mais imponente). as visitas guiadas só existem, segundo sei, no verão, mas vale muito a pena entrar para ver o espaço e a vista para lá das muralhas.

* Vigelandsparken: o parque que aloja mais de 200 esculturas de Gustav Vigeland, coberto de neve, é absolutamente maravilhoso. suponho que no verão também seja, mas não há como aquele silêncio próprio da neve, no meio da natureza, com o rio a correr e as árvores vestidas de branco. tentem lá descobrir a estátua The Angry Boy.



* Vippa Oslo: embora mais pequeno, este espaço faz lembrar um bocadinho a Lx Factory, com o seu ambiente trendy. é um espaço onde as pessoas se reúnem para comer ou beber um copo, tem uma esplanada mesmo à beira da água e imensa oferta gastronómica e cultural. 



* Opera House: um edifício arquitetonicamente imponente, galardoado com vários prémios de arquitetura. fica pertíssimo da estação central, no porto, e parece que sai da água. disseram-nos que é um dos sítios preferenciais na cidade para ver o por do sol. confirmamos: é extraordinário. no inverno, mesmo com gelo no chão (há que ter cuidado redobrado), é obrigatório subir ao topo ou sentar nas rampas laterais só a apreciar a paisagem. 

* Viagem de ferry: é um transporte público, mas a viagem, que dura uma hora, vale cada segundo, sobretudo se forem ao final da tarde e conseguirem ver o por do sol. o barco pára numa série de ilhas, para os habitantes entrarem e saírem, mas é possível fazer a viagem só para apreciar a paisagem. há uma sala aquecida, em baixo, mas fizemos quase toda a viagem lá em cima, ao frio, para tirar fotografias ao sol a por-se no horizonte.

Båtservice Sightseeing: não querendo ser exagerada, é capaz de ter sido a viagem que me proporcionou uma das paisagens mais bonitas que já vi. os fiordes com neve, as casinhas de madeira, às cores, onde os noruegueses passam férias (ou onde alguns vivem o ano inteiro), um dia lindo de sol, a água limpa. não há fotografias que façam justiça à beleza que lá encontrámos. são duas horas de barco, com um guia que nos vai descrevendo o que estamos a ver. estavam dois graus negativos, mas a manta nas pernas, o sol a bater nas costas e aquela paisagem, foi seguramente das coisas mais bonitas que já vi. o barco tem ainda um bar, onde é possível comprar bebidas para nos aquecermos.
[com o Oslo Pass de 72h, tivemos desconto e o bilhete ficou em 26€; valeu cada cêntimo]



Onde comer
como vos disse, estando em casa de família, poupámos algum dinheiro em refeições. os pequenos almoços eram em casa, os jantares também. como anoitece por volta das seis da tarde e faz muito frio, os dias também terminam muito cedo (às nove da noite parece meia noite), portanto íamos cedo para casa e jantávamos em família.
quanto aos almoços, optámos sempre por comer refeições prontas, o mais saudáveis possível; o que é fácil, porque a oferta é cada vez maior. comprávamos no supermercado ou em cadeias de fast food saudável saladas ou wraps do dia, com um sumo natural, para levar, o que nos permitiu também não perder muito tempo em restaurantes. no dia em que fomos ao Vippa Oslo, a meio da tarde, acabámos por almoçar por lá as melhores gyosas (vegetarianas e de porco, bem melhores) que comi na vida.
tínhamos, isso sim, um pequeno luxo diário: o café lá é muito caro, cerca de 3.50€ um expresso, que é mesmo muito curto. mas como somos bichos de hábitos, e não vivemos sem o nosso café, a seguir ao almoço sentávamo-nos a beber um e a comer um muffin ou um bolinho de canela. tinham-me dito que o café lá é péssimo, mas se forem a um Espresso House ou a um Joe and the Juice, o café é bastante aceitável (pelo preço, bem pode!). 




se tiverem dúvidas ou estiverem a planear ir a Oslo e quiserem saber mais, não hesitem em enviar-me um mail [enjoying.ride@gmail.com].

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